Quando vivemos imersos em expectativas, muitas vezes criamos limitações que obscurecem nosso caminho para a felicidade genuína.
Neste artigo, abordaremos os efeitos que as expectativas têm sobre nossas vidas e como podemos aprender a lidar com elas de maneira mais saudável.
“Sua felicidade nunca vai durar enquanto houver expectativa por trás dela”
Tony Robbins
Em uma entrevista concedida ao programa de Lewis Howes, Tony Robbins fez a afirmação acima e complementou com as seguintes provocações:
“Quais são as chances de todos fazerem, exatamente, o que você acha que devem fazer, todos os dias?”
“Quais são as chances das pessoas que você ama fazerem o que você quer que elas façam, da maneira que você quer, todos os dias?”
Ou seja, frequentemente buscamos a felicidade de maneira condicional, atrelada a determinadas expectativas. Isso significa que só seremos felizes se algo específico acontecer, se determinada pessoa reagir da maneira como esperamos, se alcançar um determinado objetivo, receber reconhecimento ou encontrar o amor.
Essa mentalidade condicional coloca nossa felicidade em um estado de constante suspensão, e nunca a alcançamos verdadeiramente, pois sempre surgem novas expectativas no horizonte.
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E de onde vem a tal expectativa?
As expectativas muitas vezes são criadas a partir de influências externas, como a sociedade, a mídia, ou mesmo a pressão das redes sociais, onde a vida dos outros parece ser um conto de fadas constante.
Isso nos faz pensar que para sermos felizes, precisamos atender a um determinado padrão, muitas vezes inatingível. Essa mentalidade coloca uma grande carga sobre nossos ombros, e a felicidade se torna uma miragem distante.
Mas por outro lado, também podemos carregar as expectativas que nossos pais criam a nosso respeito ou pessoas do nosso convívio. Dessa maneira, desenvolvemos a necessidade de corresponder a isso buscando aprovação.
Muitas vezes essa dinâmica é inconsciente e a percepção sobre isso não é muito clara. Portanto é necessário se perguntar se algo que almejo é, de fato, algo que me satisfará ou é apenas algo que faço esperando aprovação externa?
Os efeitos limitantes provocados pelas expectativas
Uma das limitações mais claras das expectativas é a sua natureza efêmera.
Quando finalmente alcançamos o que esperávamos, o sentimento de satisfação e felicidade muitas vezes é breve. Logo, nossas mentes criam novas expectativas, e o ciclo recomeça.
Isso pode nos deixar presos em um ciclo vicioso de insatisfação perpétua, incapazes de apreciar o momento presente e as conquistas que alcançamos.
Além disso, as expectativas podem afetar negativamente nossos relacionamentos. Quando esperamos que os outros ajam de acordo com elas, podemos ficar decepcionados e ressentidos quando eles não o fazem. Isso cria conflitos e afasta as pessoas que mais nos importam.
Ao invés de aceitar as pessoas como são, começamos a impor nossas próprias ideias de como elas deveriam ser, o que é injusto e irrealista. Injusto com ambas as partes, já que causa frustração em quem sente e, por vezes, acusação em quem é o alvo.
As expectativas também têm o poder de gerar ansiedade e estresse. Quando estamos constantemente preocupados com o que ainda não alcançamos, criamos um ambiente mental tenso. A ansiedade relacionada às expectativas pode afetar nossa saúde mental e física, prejudicando nosso bem-estar geral.
E como lidar com as expectativas?
Então, como podemos aprender a lidar com as expectativas de maneira mais saudável?
Em primeiro lugar, é importante reconhecer que a felicidade verdadeira não está ligada a eventos externos ou ao cumprimento das minhas expectativas ou de outros sobre mim.
Ela reside dentro de nós e pode ser encontrada no momento presente. A prática da gratidão é uma ferramenta valiosa para nos ajudar a redirecionar nosso foco para as coisas boas que já temos em nossa vida.
Além disso, é fundamental aprender a aceitar o fluxo natural da vida e abraçar a incerteza. A vida é imprevisível, e nem tudo acontecerá conforme nossas expectativas.
Aceitar isso nos liberta da constante tensão que geramos sobre nós e não atrelar essa condição ao teu estado emocional, te proporcionará grande vantagem para alcançar teus objetivos.
Praticar a atenção plena, ou mindfulness, também é uma ferramenta poderosa para lidar com as expectativas. A atenção plena nos ensina a estar presentes no momento, em vez de nos preocuparmos com o passado ou o futuro.
Quando estamos verdadeiramente presentes, somos capazes de apreciar a beleza das pequenas coisas e encontrar alegria no agora, sem esperar pelo futuro.
Além disso, é essencial comunicar nossas expectativas de maneira clara e realista aos outros. Assim como também é importante separar o que é meu e o que é do outro. Essa clareza ajuda a evitar mal-entendidos e conflitos nos relacionamentos.
Ao mesmo tempo, é importante estar disposto a compreender que cada um tem sua maneira de ser e agir. Quando você deixa de exigir do outro aquilo que ele não é capaz ou não está disposto a entregar, você também poderá se sentir livre para não precisar atender as expectativas de ninguém.
Conclusão
Em resumo, condicionar tua felicidade as expectativas geradas por você e por terceiros, fará com que você esteja constantemente abalado por frustrações resultantes do resultado negativo que, inevitavelmente, irá ocorrer em algum momento.
É fundamental se perguntar se o pensamento que você está criando é real ou apenas uma expectativa sobre algo ou alguém. Esse questionamento fará com que você tenha maior clareza sobre os sofrimentos que criamos e não temos consciência.
Quando vivemos focados apenas no cumprimento de expectativas, perdemos a capacidade de apreciar o presente e criamos um ciclo interminável de insatisfação.
No entanto, ao praticarmos a gratidão, aceitarmos a incerteza, cultivarmos a atenção plena e aprendermos a comunicar nossas expectativas de maneira saudável, podemos nos libertar dessas amarras e encontrar alegria em momentos, no aqui e agora.
Imagem: Criado com Midjourney
Sobre o Autor
Edneusa Santos é Psicóloga, Hipnoterapeuta e Especialista em Desenvolvimento Pessoal. Atuou por 23 anos na área de Gestão de Pessoas. Atualmente se dedica ao atendimento clínico e ministra treinamentos na área de inteligência emocional.
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Parabéns, belo artigo, me ajudou muito!