Ansiedade: 5 Estratégias Para Lidar Com os Pensamentos Ansiosos?

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A ansiedade é uma companheira constante para muitas pessoas, causando agitação, preocupação excessiva e tensão. Identificar, compreender os gatilhos emocionais e encontrar maneiras de acalmar a mente e o corpo pode fazer uma diferença significativa.

Felizmente, existem estratégias práticas e eficazes que podem ajudar a lidar com a ansiedade e melhorar sua qualidade de vida.

Nesse artigo, vamos explorar como a mente ansiosa funciona, os fatores que podem influenciar o desenvolvimento da ansiedade e alguns exercícios que podem ser incorporados à sua rotina diária para trazer mais tranquilidade e equilíbrio.

5 Estratégias para Lidar com Pensamentos Ansiosos

A ansiedade é uma companheira constante para muitas pessoas, causando agitação, preocupação excessiva e tensão. Encontrar maneiras de acalmar a mente e o corpo pode proporcionar uma diferença significativa.

Vamos explorar algumas estratégias que podem ser incorporados à sua rotina diária para proporcionar mais equilíbrio mental:

1. Técnica de Relaxamento Muscular Progressivo

Este exercício envolve tensão e relaxamento progressivos dos grupos musculares do corpo. Comece contraindo os músculos de uma área, como os punhos, por 5-10 segundos e, em seguida, relaxe completamente. Sinta a diferença entre a tensão e o relaxamento.

Continue este processo por todo o corpo, dos pés à cabeça. Isso ajuda a aliviar a tensão muscular associada aos sintomas, promovendo relaxamento físico e mental.

É importante ressaltar que todas as estratégias apresentadas tem o único objetivo de manter a mente no momento presente, já que a ansiedade direciona os pensamentos do indivíduo para o futuro.

Portanto a intenção é seguir na contra mão dos pensamentos ansiosos e dessa maneira exercitar as ações de maneira consciente.

2. Prática de Mindfulness ou Atenção Plena

A prática de mindfulness envolve focar sua atenção no momento presente, aceitando pensamentos e sentimentos sem julgamento. Reserve alguns minutos do seu dia para meditar ou simplesmente estar consciente do que está fazendo.

Por exemplo, ao tomar uma xícara de chá, concentre-se no aroma, sabor e sensação ao segurá-la. Isso ajuda a acalmar a mente e a reduzir os sintomas ao interromper os pensamentos acelerados.

Por esse motivo, praticar o exercício de recitar para si aquilo que está acontecendo, no momento, se torna muito eficaz e mantém a mente ocupada com o agora. Portanto, alguns exemplos de pensamentos focados no momento presente, seriam:

  • “Estou concentrada, agora, em preparar meu café da manhã…”
  • “Agora, estou tomando banho e me concentro na água caindo sobre meu corpo…”
  • “Percebo, agora, o formato da minha letra enquanto escrevo nesse caderno…”

3. Exercícios Físicos

A prática regular de exercícios físicos, como caminhadas, corridas, ioga ou dança, pode ser uma maneira eficaz de reduzir a ansiedade. O exercício libera endorfinas, substâncias químicas no cérebro que melhoram o humor e reduzem o estresse.

Experimente incorporar pelo menos 30 minutos de atividade física moderada na sua rotina diária para colher os benefícios para a saúde mental e emocional.

4. Exercício de Respiração Profunda

A respiração profunda é uma técnica simples, mas poderosa, para reduzir a ansiedade. Sente-se ou deite-se confortavelmente e coloque uma mão no peito e a outra no abdômen.

Respire profundamente pelo nariz, sentindo o ar inflar o abdômen, mantenha por alguns segundos e expire lentamente pela boca.

Repita este padrão por alguns minutos, focando na sensação da respiração. Isso ajuda a acalmar o sistema nervoso, reduzindo os sintomas. A prática da respiração consciente pode contribuir muito.

5. Técnica de Exposição Gradual (TCC)

A exposição gradual é uma técnica eficaz utilizada na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) para lidar com a ansiedade, especialmente em casos de transtornos de ansiedade, fobias e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e vale um subtítulo a parte.

A ideia central dessa técnica é ajudar a pessoa a enfrentar gradualmente situações ou estímulos que geram os sintomas, permitindo que ela se habitue a essas situações de maneira controlada e progressiva. Aqui está um resumo do processo:

  1. Hierarquia de ansiedade: O terapeuta e o paciente colaboram na criação de uma hierarquia de ansiedade, que é uma lista ordenada de situações ou estímulos relacionados à ansiedade, classificados de acordo com o nível de desconforto que eles provocam. Os itens na lista vão desde os menos ansiosos até os mais desafiadores.
  2. Estabelecimento de objetivos: Com base na hierarquia, são estabelecidos objetivos realistas e mensuráveis para a exposição gradual. O paciente e o terapeuta identificam os passos que a pessoa se sente capaz de realizar, começando pelos mais fáceis.
  3. Exposição sistemática: O paciente é exposto, de forma sistemática e gradual, aos itens da hierarquia. Isso pode envolver a imaginação da situação, exposição na vida real ou uma combinação de ambas. A exposição é realizada de maneira controlada e estruturada, com o objetivo de reduzir os sintomas ao longo do tempo.
  4. Permanência na situação: Durante a exposição, é encorajado que o paciente permaneça na situação ansiosa por tempo suficiente para permitir que os sintomas diminuam naturalmente. Isso ajuda a pessoa a perceber que a ansiedade é temporária e que ela pode tolerá-la.
  5. Registro e avaliação: O paciente registra suas experiências durante a exposição, incluindo pensamentos, sentimentos e comportamentos. Após cada exposição, a pessoa e o terapeuta revisam a experiência para identificar progressos, ajustar metas e discutir estratégias para enfrentar desafios futuros.
  6. Repetição e progressão: O processo é repetido com frequência, aumentando gradualmente a dificuldade das situações. À medida que a pessoa se acostuma com as situações ansiosas, os sintomas diminuem, promovendo a habituação e a adaptação a esses estímulos.

A exposição gradual é uma abordagem sistemática e baseada em evidências para lidar com a ansiedade, proporcionando à pessoa a oportunidade de enfrentar seus medos de maneira controlada e progressiva. É importante realizar essa técnica sob a orientação de um profissional de saúde mental treinado em TCC.

As estratégias apresentas são importantes para controlar os sintomas e os pensamentos ansiosos, no entanto é fundamental compreender os fatores que geram esses pensamentos e sintomas. É na compreensão das causas e gatilhos da ansiedade que será possível gerenciar o transtorno.

O que é a Ansiedade?

A ansiedade é uma resposta natural do corpo humano diante de situações percebidas como ameaçadoras, desafiadoras ou estressantes.

Ela pode se manifestar como um sentimento de preocupação, nervosismo ou medo intenso em relação ao futuro, a eventos específicos ou a circunstâncias desconhecidas.

Trata-se de uma emoção que envolve sentimentos de apreensão, nervosismo e preocupação em relação ao futuro. Enquanto a ansiedade ocasional é considerada normal e até útil em certas situações, como diante de desafios que exigem atenção e preparação, a ansiedade excessiva e persistente pode se tornar um problema de saúde mental.

Os sintomas podem variar e incluir inquietação, tensão muscular, dificuldade de concentração, irritabilidade, insônia, sudorese excessiva, palpitações e sensação de aperto no peito.

Em casos mais graves, pode levar a transtornos de ansiedade, como transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno do pânico, fobias ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

É importante ressaltar que a ansiedade faz parte da experiência humana e pode ter uma função adaptativa, preparando o corpo para lidar com desafios.

No entanto, quando ela se torna desproporcional, persistente e interfere nas atividades diárias, é recomendável procurar ajuda profissional, como psicoterapia, para desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis e eficazes.

Os Sintomas

A ansiedade pode manifestar-se através de uma variedade de sintomas físicos, emocionais e comportamentais. Esses sintomas podem variar em intensidade e duração, dependendo da pessoa e da situação. Aqui estão alguns dos sintomas mais típicos da ansiedade:

  1. Sintomas Físicos:
    • Tensão muscular, especialmente nos ombros, pescoço e mandíbula.
    • Tremores ou sensação de fraqueza.
    • Sudorese excessiva.
    • Boca seca.
    • Dor de cabeça.
    • Problemas gastrointestinais, como dor abdominal ou náuseas.
    • Aumento da frequência cardíaca.
    • Respiração rápida ou falta de ar.
  2. Sintomas Emocionais:
    • Preocupação excessiva e apreensão.
    • Nervosismo constante.
    • Irritabilidade.
    • Dificuldade em relaxar.
    • Sensação de que algo ruim está prestes a acontecer.
    • Medo constante.
  3. Sintomas Cognitivos:
    • Pensamentos acelerados.
    • Dificuldade de concentração.
    • Sensação de mente vazia ou em branco.
    • Antecipação ansiosa de eventos futuros.
    • Pensamentos catastróficos.
    • Dificuldade em tomar decisões.
  4. Sintomas Comportamentais:
    • Evitar situações que desencadeiam ansiedade.
    • Procrastinação.
    • Comportamentos compulsivos ou rituais repetitivos (em casos de transtorno obsessivo-compulsivo).
    • Dificuldade em adormecer ou manter o sono.
    • Inquietação.
    • Busca constante por garantias ou reassurances.

É importante observar que a ansiedade pode se manifestar de maneira única em cada pessoa e que a presença de alguns desses sintomas não necessariamente indica a presença de um transtorno de ansiedade.

Se os sintomas são persistentes, causam sofrimento significativo ou interferem nas atividades diárias, é aconselhável procurar a orientação de um profissional de saúde mental para uma avaliação adequada e eventual intervenção terapêutica.

De que Forma a Mente Ansiosa funciona?

A mente ansiosa opera em um estado de alerta constante, muitas vezes reagindo exageradamente a estímulos percebidos como ameaçadores, mesmo quando não há uma ameaça real iminente.

É como se estivesse em um loop contínuo de preocupações e antecipações sobre possíveis problemas futuros. Aqui estão algumas características da mente ansiosa:

  1. Hiperfoco no Futuro – A mente ansiosa tende a se fixar no futuro, imaginando uma série de cenários possíveis, muitos dos quais são negativos ou catastróficos. Existe uma preocupação excessiva com o que poderia dar errado, e essa antecipação constante de problemas pode causar um estado de tensão permanente.
  2. Excesso de Preocupação – Pensamentos obsessivos sobre situações passadas ou futuras podem consumir a mente ansiosa. Existe uma tendência a ruminar sobre eventos passados, reavaliando-os repetidamente em busca de possíveis erros ou problemas, mesmo que não haja uma solução imediata.
  3. Hipersensibilidade a possibilidade de Perigo – A mente ansiosa está constantemente em busca de sinais de perigo, mesmo em situações onde outros não perceberiam ameaças significativas. Pequenos detalhes ou mudanças podem ser interpretados como alertas, levando a uma resposta de luta ou fuga, mesmo quando não há perigo real.
  4. Dificuldade em Relaxar – A mente ansiosa tem dificuldade em desligar ou relaxar. Mesmo durante momentos de lazer, pode ser desafiador acalmar a mente, pois está sempre em estado de alerta, buscando constantemente maneiras de se preparar ou evitar possíveis ameaças.
  5. Autocrítica Excessiva – Há uma tendência à autocrítica e ao perfeccionismo. A mente ansiosa frequentemente se julga severamente, buscando padrões irrealisticamente altos e ficando angustiada com erros percebidos, mesmo que sejam mínimos.
  6. Padrões de Pensamento Catastrófico – A mente ansiosa muitas vezes adota padrões de pensamentos catastróficos, imaginando o pior cenário possível em diversas situações, mesmo aquelas que têm baixa probabilidade de ocorrer.

O Ciclo da Ansiedade


Esses padrões de pensamento e comportamento tendem a se repetir constantemente, criando o que denominamos de ciclo da ansiedade. A preocupação constante alimenta a ansiedade, levando a mais preocupação, criando assim um ciclo difícil de interromper.

É um padrão recorrente de pensamentos, emoções e comportamentos que perpetuam e intensificam a ansiedade. Esse ciclo pode variar de pessoa para pessoa, mas geralmente segue um padrão semelhante. Vamos analisar as fases típicas desse ciclo:

  1. Desencadeadores (gatilhos): Situações, pensamentos ou eventos que provocam inicialmente a ansiedade. Isso pode incluir situações estressantes, preocupações futuras, traumas passados ou mesmo pensamentos negativos.
  2. Resposta emocional: O desencadeador leva a uma resposta emocional, como medo, nervosismo, inquietação ou tensão. Essa resposta é natural e adaptativa em algumas situações, mas no ciclo da ansiedade, ela pode se tornar excessiva.
  3. Pensamentos ansiosos: A resposta emocional geralmente leva a pensamentos negativos e preocupações exacerbadas sobre o futuro. A mente começa a criar cenários catastróficos, antecipando o pior cenário possível.
  4. Comportamentos evitativos: Como resultado dos pensamentos ansiosos, a pessoa pode começar a evitar situações que desencadeiam ansiedade. Isso pode levar à restrição de atividades, isolamento social e comportamentos que temporariamente aliviam a angústia, mas contribuem para a manutenção do ciclo.
  5. Alívio temporário: Os comportamentos evitativos podem proporcionar um alívio temporário dos sintomas, reforçando assim esses padrões de evitação. No entanto, esse alívio é apenas momentâneo e não resolve as causas subjacentes da ansiedade.
  6. Reforço do ciclo: O alívio temporário pode criar um ciclo vicioso, onde a pessoa continua a evitar situações temidas, alimentando o padrão a longo prazo. Isso perpetua o ciclo e pode levar a um aumento na intensidade e frequência dos sintomas ansiosos.

Para interromper o ciclo, é essencial identificar e desafiar os padrões de pensamento negativos, buscar estratégias saudáveis de enfrentamento, como a exposição gradual às situações temidas e, se necessário, procurar apoio profissional, como terapia cognitivo-comportamental.

O entendimento e a conscientização desses padrões podem ajudar a pessoa a desenvolver maneiras mais adaptativas de lidar com a ansiedade.

Gatilhos Emocionais

Os gatilhos emocionais são eventos, situações, pensamentos, memórias ou estímulos que desencadeiam uma resposta emocional intensa em uma pessoa. Os gatilhos podem provocar um aumento significativo nos níveis de ansiedade, desencadeando reações físicas e emocionais.

A pessoa que passou por determinada situação estressante guarda essas memórias que podem ser ativadas em situações futuras, provocando as reações intensas que ela experimentou no passado.

É importante notar que os gatilhos emocionais variam de pessoa para pessoa. Reconhecer e identificar quais são os gatilhos individuais pode ajudar na gestão dos pensamentos ansiosos, permitindo que sejam adotadas estratégias específicas para lidar com eles.

A terapia, sobretudo a terapia cognitivo-comportamental, pode ser útil para aprender a lidar com esses gatilhos e reduzir sua influência sobre os níveis de ansiedade.

Fatores que Podem “Ativar” os Gatilhos da Ansiedade

  1. Experiências de Vida – Eventos traumáticos, estressantes ou negativos, como perdas, abusos, mudanças drásticas ou situações de grande pressão emocional, podem desencadear ou agravar os sintomas. Essas experiências podem moldar a forma como uma pessoa percebe e reage a situações futuras semelhantes.
  2. Fatores Ambientais – O ambiente em que alguém vive, incluindo estresse no trabalho, pressões sociais, problemas financeiros, relacionamentos desafiadores ou instáveis, pode contribuir para o aumento dos níveis ansiosos.
  3. Questões de Saúde Mental – Condições de saúde mental, como depressão, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) ou fobias, estão frequentemente associadas a níveis elevados de ansiedade.
  4. Estilo de Vida e Hábitos – O estilo de vida desempenha um papel crucial. Hábitos como má alimentação, falta de exercício físico, consumo excessivo de substâncias como álcool, cafeína ou drogas ilícitas podem aumentar os pensamentos ansiosos.
  5. Fatores Neurobiológicos e Químicos – Desregulações nos sistemas neuroquímicos do cérebro, como o desequilíbrio de neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina, podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos de ansiedade.

É importante ressaltar que a ansiedade é uma condição complexa, e muitas vezes uma combinação desses fatores pode contribuir para sua manifestação. Reconhecer esses fatores pode ajudar na compreensão dos sintomas e na busca por estratégias eficazes de gerenciamento e tratamento.

Conclusão

Lidar com a ansiedade é um processo gradual e individual. É importante experimentar diferentes técnicas e descobrir o que funciona melhor para você.

Além dos exercícios mencionados, buscar apoio profissional de um terapeuta ou psicólogo pode ser fundamental para entender e lidar com a ansiedade de maneira mais eficaz.

Lembre-se, pequenas mudanças na rotina diária podem ter um impacto significativo na gestão da ansiedade. Priorize o autocuidado e esteja aberto a explorar diferentes métodos para encontrar o equilíbrio e a calma que você merece.

Este artigo oferece apenas orientações gerais e não substitui aconselhamento médico ou psicológico profissional. Se você está enfrentando ansiedade persistente ou intensa, é recomendável procurar a orientação de um profissional de saúde qualificado para obter suporte personalizado.

Sobre o Autor

Edneusa Santos é Psicóloga, Hipnoterapeuta e Especialista em Transtornos de Ansiedade, Pânico e Desenvolvimento Pessoal. Atualmente se dedica ao atendimento clínico nas abordagens Cognitivo Comportamental e Sistêmica, além de ministrar treinamentos na área de Inteligência Emocional.

Fonte Imagem: Foto Canva

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Edneusa Santos

Edneusa Santos

Edneusa Santos é Psicóloga, Hipnoterapeuta e Especialista em Transtornos de Ansiedade, Pânico e Desenvolvimento Pessoal. Atualmente se dedica ao atendimento clínico nas abordagens Cognitivo Comportamental e Sistêmica, além de ministrar treinamentos na área de Inteligência Emocional.

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