Permissão: Uma condição para ser feliz?

Permissão e necessidade de aprovação

A permissão para ser feliz ou necessidade de aprovação surge quando acreditamos na ideia de que a felicidade está condicionada a algo externo ou depende da validação alheia. E isso é um dilema comum enfrentado por muitos.

A busca pela felicidade é uma jornada intrínseca à natureza humana. No entanto, em meio às expectativas sociais, pressões familiares e padrões culturais, muitas vezes sentimos a necessidade da aprovação de terceiros para sermos felizes.

Neste artigo, exploraremos essa questão, analisando diferentes perspectivas, exemplos e considerações sobre a permissão ou necessidade de aprovação para ser feliz.

A busca pela felicidade

Desde os primórdios, a busca pela felicidade tem sido um objetivo central na vida de indivíduos em todo o mundo. No entanto, muitas vezes somos levados a crer que a felicidade é condicionada por fatores externos, como conquistas materiais, reconhecimento social ou validação de terceiros. Essa crença pode criar uma barreira interna, fazendo-nos agir de forma a pedir permissão para experimentar a plenitude da felicidade.

Compreender que seus desejos ou metas podem ser conquistados sem validação externa é um processo de libertação e está condicionado apenas a tomada de consciência que qualquer pessoa é capaz de criar.

Expectativas Sociais e Permissão Externa

A permissão para ser feliz pode ser interpretada de duas maneiras distintas: uma ligada à aprovação externa e outra relacionada à liberdade interna.

A primeira está associada à busca por validação externa, esperando que outras pessoas reconheçam e aprovem nossas escolhas e conquistas como um caminho legítimo para a felicidade. Por outro lado, a segunda é mais intrínseca, baseada na liberdade individual de encontrar a felicidade independentemente das expectativas externas.

No entanto, as expectativas sociais desempenham um papel significativo na percepção da felicidade. Muitas vezes, somos condicionados a seguir um conjunto de normas e padrões impostos pela sociedade, o que pode criar um sentimento de obrigatoriedade em seguir um caminho específico para sermos considerados felizes aos olhos dos outros.

Por exemplo, a pressão para seguir uma carreira tradicionalmente bem-sucedida, casar em determinada idade ou alcançar certos marcos na vida podem limitar a liberdade individual na busca pela felicidade, condicionando o indivíduo a acreditar que esse é o único caminho existente.

Imagine alguém que sonha em seguir uma carreira artística, mas se sente obrigado a optar por uma profissão mais convencional devido à pressão familiar. Essa pessoa pode enfrentar uma luta interna entre seguir suas paixões e atender às expectativas externas para alcançar a tão chamada “estabilidade”.

Da mesma forma, uma pessoa em um relacionamento que não a satisfaz plenamente pode sentir-se presa à ideia de que precisa da aprovação dos outros para buscar a própria felicidade.

A hesitação em buscar a separação ou a mudança pode ser impulsionada pelo medo do julgamento social ou familiar, gerando um conflito interno entre a felicidade pessoal e a aceitação externa.

Comportamentos que indicam a necessidade de permissão

Certos comportamentos podem indicar a necessidade de permissão externa para ser feliz. Aqui estão alguns exemplos com explicações:

  1. Busca incessante por validação: Pessoas que constantemente buscam a validação dos outros, seja por meio de elogios, reconhecimento ou aceitação, podem indicar uma necessidade de aprovação para serem felizes. Elas dependem da opinião alheia para se sentirem validadas e, consequentemente, felizes, deixando de confiar em suas próprias avaliações e sentimentos.
  2. Medo de desapontar os outros: Aqueles que têm receio de desapontar familiares, amigos ou a sociedade ao tomar decisões que possam levá-los à felicidade pessoal demonstram uma dependência excessiva da aprovação externa. Esse medo pode impedir a busca genuína pela felicidade, levando à conformidade com expectativas alheias em detrimento do próprio bem-estar.
  3. Adiar a própria felicidade: Indivíduos que constantemente adiam a busca por aquilo que os faz verdadeiramente felizes, seja por temerem a rejeição ou por estarem presos a ideias preconcebidas sobre o que é socialmente aceitável, muitas vezes indicam uma dependência da permissão externa para buscar a própria felicidade. Isso pode levar a uma vida baseada em expectativas externas, resultando em insatisfação pessoal e falta de realização.
  4. Autossabotagem por medo do julgamento: Aqueles que se sabotam em suas próprias buscas pela felicidade, por medo do julgamento ou críticas de outros, podem demonstrar uma necessidade excessiva de permissão para serem felizes. Esse comportamento pode resultar em permanecer em situações insatisfatórias, ignorando desejos pessoais e priorizando a aceitação social acima da própria realização.
  5. Conformidade com expectativas sociais sem questionamento: Indivíduos que seguem um caminho predeterminado pela sociedade ou pela família, sem questionar se aquilo realmente os faz felizes, muitas vezes indicam uma falta de permissão interna para buscar a própria felicidade. Eles podem estar presos a padrões sociais sem considerar suas próprias necessidades e desejos individuais.

Esses comportamentos apontam para uma dependência excessiva da validação externa e indicam a necessidade de permissão para ser feliz, o que pode limitar a autenticidade e a busca pela verdadeira realização pessoal. É importante reconhecer esses padrões para iniciar uma jornada em direção à busca da felicidade genuína e intrínseca, independente das expectativas externas.

Encontrando a própria permissão para ser feliz

Em contrapartida à permissão externa, a autorização interna para ser feliz é um elemento crucial na jornada rumo à felicidade genuína. É a capacidade de aceitar a si mesmo, honrar suas paixões e valores, e seguir um caminho que ressoa verdadeiramente com sua essência.

A verdadeira felicidade surge quando se abraça a liberdade de ser autêntico consigo mesmo, independentemente das expectativas externas.

Encontrar a própria permissão para ser feliz pode ser um processo desafiador, mas essencial para alcançar a verdadeira realização. Começa por reconhecer e desafiar crenças limitantes, questionar normas sociais, exercitar seu poder de escolha e permitir-se explorar as próprias paixões e interesses. A autenticidade e a coragem de seguir um caminho alinhado com os valores pessoais são fundamentais para conquistar essa permissão interna para a felicidade.

Conclusão

Enquanto a pressão social e as expectativas externas exercerem um papel predominante nas escolhas individuais a felicidade de cada indivíduo estará comprometida.

A verdadeira felicidade surge quando nos libertamos das amarras da validação externa e abraçamos a jornada de autodescoberta e autenticidade. Encontrar a própria permissão para ser feliz é um ato de coragem e aceitação, e é nessa jornada que se encontra a verdadeira essência da felicidade.

Sobre o Autor:

Edneusa Santos é Psicóloga, Hipnoterapeuta e Especialista em Desenvolvimento Pessoal. Atuou por 23 anos na área de Gestão de Pessoas. Atualmente se dedica ao atendimento clínico e ministra treinamentos na área de inteligência emocional.

Fonte Imagem: Foto Canva

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Edneusa Santos

Edneusa Santos

Edneusa Santos é Psicóloga, Hipnoterapeuta e Especialista em Transtornos de Ansiedade, Pânico e Desenvolvimento Pessoal. Atualmente se dedica ao atendimento clínico nas abordagens Cognitivo Comportamental e Sistêmica, além de ministrar treinamentos na área de Inteligência Emocional.

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